quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pau-Brasil

Nem só da riqueza do açúcar vivia a economia do Brasil holandês.

A exploração do pau-brasil, árvore chamada pelos índios de ibira pitanga (madeira vermelha), utilizada para tingimento de tecidos de luxo, era monopólio da Cia. das Índias Ocidentais.

"Há um lugar muito grande e habitado, chamado Mata do Brasil, o qual está situado a cerca de 9 ou 10 milhas ao sul de Pernambuco para o interior. Ali moram muitos camponeses que fazem considerável porção de pau-brasil com seus negros e brasilienses [índios], sendo ali livre o corte do pau-brasil. Depois de limpo, é trazido em carros para um lugar de nome São Lourenço onde é vendido aos contratantes do rei, que dão por cada 128 libras ou 4 arrobas, de 1 cruzado a 480 réis." Adriaan Verdonck, 1630.

"O pau-brasil é a fonte de renda que se segue ao açúcar. Cresce de 10 a 12 milhas para o interior, achando-se nas matas fechadas, uma árvore aqui, outra ali. Arranca-se a casca branca que recobre o tronco, pois somente o miolo da árvore é vermelho e possui valor corante." Adriaan van der Dussen, 1639.

Em Amsterdam, Holanda, havia até uma prisão conhecida como Rasphuis (casa de ralar) onde os condenados, geralmente jovens delinquentes, trabalhavam raspando toras de pau-brasil, cujo pó seria transformado no corante denominado brasilina de altíssimo valor comercial.