domingo, 30 de junho de 2013

O Castelo do Mar

Como local de importância vital para a ligação entre o Recife/Olinda e o resto do mundo, o porto do Recife precisava ser fortemente defendido, tanto de ataques vindos do mar, quanto por terra.

Em terra foi construído o Forte de São Jorge, próximo à entrada da barra. Sobre os arrecifes foi erguido o Forte de São Francisco também próximo a entrada dos navios. Os dois fortes deveriam cruzar fogo sobre qualquer embarcação ou tropa que ameaçasse o porto do Recife.

Apesar de ter sua construção ordenada desde 1591 pelo governador Francisco de Souza, o forte de São Francisco teve suas obras iniciadas apenas em 1612 por determinação do governador Duarte de Albuquerque Coelho e projeto de Tibúrcio Espanhochi. Foi concluído dois anos depois executado pelo engenheiro Francisco de Frias. O forte era conhecido por várias denominações como: Forte da Barra, Forte do Picão e Castelo do Mar. Era construído em pedra e, segundo o prof. Marcos Albuquerque, teve durante algum tempo forma eneagonal. Existe uma planta baixa portuguesa em que é mostrado como hexagonal.

Por sofrer ação contínua do mar, tinha que ser reparado com frequência, o que não havia ocorrido quando da invasão holandesa em 1630. O Castelo do Mar, bem como os outros fortes da área, foram cercados por mar e terra e após alguns dias de combate tiveram que se render as tropas da WIC.

Ocupado pelos holandeses foi restaurado e num relatório de 1646 dos conselheiros Hamel, Bullestrate e Bas é descrito como “um castelo octogonal sem flancos no arrecife e somente acessível com barcos, tendo sete peças de bronze, sendo: 01 de 20 libras, 02 de 18 libras, 01 de 16 libras, 01 de 12 libras e 02 de 10 libras."

Após a expulsão dos holandeses o Forte de São Francisco foi reocupado pelos portugueses e passou por várias reformas até ser desarmado e ter seus canhões transferidos para servir de ponto de atracação dos navios no arrecife. O local foi utilizado como posto fiscal da Fazenda até ser demolido em 1910 para obras de adequação do porto.

Em 1822 o forte, além de recuperado, ganhou um farol para orientação dos navios em transito pelo porto. O farol atualmente tem forma semelhante ao antigo Castelo do Mar e está presente no escudo de Pernambuco.