sexta-feira, 23 de maio de 2014

W.I.C. II

Outro importante artigo comercial para os Países Baixos era o açúcar. Em Amsterdam, Holanda, havia refinarias de açúcar abastecidas pelo produto originário da Ilha da Madeira e depois do Brasil, colônias de Portugal. Quando, em 1580, Portugal fica sob domínio espanhol com um único rei, Felipe IV, o fornecimento de açúcar é interrompido pelo inimigo dos neerlandeses. A WIC decide então obter o açúcar, artigo de luxo na época, nos próprios centros produtores.

Invade Salvador, Bahia, em 1624 onde permanece até 1625 quando foram expulsos por uma armada luso-espanhola. Tendo conseguindo apreender a frota espanhola da prata em Cuba, 1628, a Companhia das Índias Ocidentais se capitaliza para outra invasão ao Brasil, desta feita a Pernambuco, maior produtor mundial de açúcar de então. Chegando em 1630, os neerlandeses permaneceram no Nordeste brasileiro por 24 anos, dominando, no seu apogeu, o território que ia do Maranhão ao Rio São Francisco.

Em menor escala, a Companhia das Índias Ocidentais também atuou na América do Norte, estabelecendo fortes na região do Rio Hudson e Ilha de Manhattan, atual Nova York. No intercurso da presença no chamado Brasil holandês, ou Nieuw Holland, como era designada nos Países Baixos, a WIC conquistou ainda posições na África como Elmina, São Tomé e Luanda.

O regulamento de concessão dos Estados Gerais à WIC determinava, em seus 45 artigos, o monopólio, por 24 anos, do comércio na costa ocidental da África, do Trópico de Câncer ao Cabo da Boa Esperança e nas costas orientais e ocidentais da América. Copiando o modelo da VOC, a diretoria da WIC era composta por dezenove membros que ficaram conhecidos por Heeren XIX – Conselho dos Dezenove. Como cidade mais importante, Amsterdam tinha oito representantes no conselho, a Zelândia, quatro, Groninga, Mosa e Hoorn, dois cada uma e os Estados Gerais designavam um representante.

A época de maior poder da Companhia das Índias Ocidentais foi entre 1630 e 1640. No período entre 1637 e 1644, esteve no Brasil holandês como governador e general o Conde João Maurício de Nassau-Siegen. Após a restauração do trono português em 1640, através da coroação de D. João IV, e a Insurreição Pernambucana a partir de 1645, a WIC foi perdendo territórios e acumulando prejuízos.


A WIC foi dissolvida em 1674, sendo aberta outra companhia no ano seguinte. Em 1791 a Companhia das Índias Ocidentais foi definitivamente fechada. 

sábado, 17 de maio de 2014

W. I. C.

A Companhia das Índias Ocidentais, em neerlandês Geoctroyeerde Westindische Compagnie ou WIC, foi uma das associações de comércio marítimo internacional fundadas no século XVII nos Países Baixos.

Desde 1565 o príncipe Guilherme de Orange tentava junto ao rei da Espanha, Felipe II, uma reforma política, redução dos impostos e maior liberdade religiosa para os calvinistas nos Países Baixos. A repressão espanhola aos neerlandeses desencadeou a Guerra dos Oitenta Anos pela independência do que viria a ser a República das Províncias Unidas dos Países Baixos.

Às margens do Mar do Norte e na desembocadura de três grandes rios (Reno, Waal e Mosa) os Países Baixos desenvolveram uma tecnologia naval avançada o que incrementou o comércio na Europa e depois com o resto do mundo. Em 1602 foi fundada a Vereenigde Oost-Indische CompagnieVOC, Companhia das Índias Orientais. Detinha o monopólio do comércio entre a Ásia, Japão e Oceania para a Europa. Apenas seus navios poderiam cruzar o Cabo da Boa Esperança e o Estreito de Magalhães pelo prazo de 21 anos.

Em 03 de junho de 1621 é fundada a WIC para desenvolver o comércio neerlandês com as Américas e costa ocidental da África. Não só isso: deveria combater o império espanhol estrangulando sua fonte de riqueza na América Latina, de onde recebia ouro, prata e madeiras de tinturaria entre outras valiosas  mercadorias. A idéia inicial de Willem Usselincx era uma empresa que promovesse a colonização e povoamento do Novo Mundo, mas seu projeto não foi aprovado pelos Estados Gerais, parlamento da República, que desejava um instrumento para levar a guerra contra os espanhois além da Europa.